Miss Marvel: a diversidade pode contar maravilhosas histórias!

Olá! Me chamo Louise e para início das minhas – espero que longas – colunas de resenhas literárias gostaria de introduzir uma das mais novas super-heroínas da Marvel!

Kamala Khan é uma jovem de uma família de imigrantes paquistaneses que mesmo tendo se mudado para Jersey City, ainda são muito fiéis as tradições religiosas que são impostas a Kamala desde seu nascimento. Infelizmente essas tradições são motivo de deboche de seus colegas de sala na escola, o que causa na adolescente um desejo próprio de pertencimento, mesmo que para isso ela tivesse que nascer de novo.

Para sua “sorte” este desejo não ficou tão impossível quando ela é exposta a uma fumaça suspeita que acaba se espelhando pelo seu bairro numa certa noite, quando esta desobedece aos pais para sair de casa. Ao acordar do que parece ser um casulo autoconstruído ela nota que sua aparência mudou drasticamente para se tornar uma réplica exata da tradicional Miss Marvel, Carol Danvers, de quem a protagonista sempre foi uma fã de carteirinha.

Logo após o choque Kamala descobre que consegue modificar seu corpo em tamanho e forma – e após aceitar que como super-heroína sua descendência é mero detalhe em comparação com seus atos, esta cria seu próprio uniforme de Miss Marvel para proteger a cidade de males, aparentemente, pequenos demais para os grandes super-heróis.

Para compreender um pouco melhor a respeito desta amada HQ há três detalhes a serem descobertos por vocês, leitores:

A “fumaça” em questão se chama “Névoa Terrígena”, é uma nevoa exposta que afeta o físico dos chamados “Inumanos”, de modo a dar poderes a eles – estes possuem sua própria HQ.
Kamala é a primeira super-heroína de religião de mulçumana da Marvel, então foi uma agradável surpresa quando suas vendas decolaram.
A protagonista é uma aficionada por super-heróis, até mesmo escrevendo fanfics a respeito deles – e como é de praxe, esses mesmos heróis tem introduções e participações breves durante as histórias. O que é um grande fã-service!

“Talvez o nome pertença a quem tiver coragem de lutar”

Há quase uma delicadeza e maestria na forma como as tradições da família de Kamala são introduzidas, em nenhum aspecto causa estranhamento ao leitor – muito pelo contrário – há o surgimento de uma curiosamente e compreensão, mesmo sob a superproteção paterna.

Explicações dosadas a respeito de uma religião polêmica, sem perder a leveza e com uma história desenvolvimento e arte são os conceitos chaves para tornar esta obra um perfeito exemplo de que fugir dos padrões antigos não muda a essência super-herói: um desejo de proteção por desconhecidos e por usar habilidade, que poderiam utilizadas de modo egoísta, de forma altruísta.

Como é de costume para uma História em Quadrinhos de super-heróis adolescentes há ainda uma falta amadurecimento da protagonista, vindo como uma excessiva confiança nas próprias habilidades e ainda tendo uma mente imatura para responsabilidades grandes – mesma ela não sabendo disso. Afinal, vidas estão em jogo toda vez que um herói veste o “manto”.

O que torna histórias de super-heróis novos tão cativantes é justamente acompanhar este progresso – diferente do Batman da DC Comics, que já foi construído como um personagem formado e experiente – onde há a criação de confiança para aliados, a aceitação de limitações e até mesmo mudanças de perspectivas, porque cá entre nós? Adolescentes dificilmente têm todas as respostas certas, mesmo eles acreditando que tem e cabe aos leitores aprenderem junto a eles a respeito de preconceitos, estigmas e superações – principalmente se tratando uma personagem com tamanha representatividade.

É isso! Espero que aprendam a amar essa HQ tanto quanto eu! E que consiga aprender a apreciar estas histórias simples até se tornarem complexas e a refletir sobre comportamentos ensinados pelo universo da Marvel desde X-Men até Pantera Negra!

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