A viagem de Chihiro: um merecido Oscar de melhor animação.
- Louise Biolchini
- 24 de ago. de 2018
- 2 min de leitura

Para os mais aficionados fãs de animação japonesa este longa não é uma novidade - foi lançado em 2001 - entretanto para as mentes mais voltadas para o cinema americano o nome "Studio Ghibrli" pode passar despercebido entre as entrelinhas de grandes animações, o que não deveria acontecer.

O estúdio é o responsável pelas mais belas obras de animação tanto em arte como em narrativa, tendo uma longa lista de histórias capazes surpreender por beleza de visual e de prender os olhos na TV/Monitor - criando enredos elaborados sem serem exaustivos e protagonistas simples, porém cativantes como é o caso de Chihiro, a responsável pela viagem em que nós a acompanhamos.
Chihiro é uma jovem japonesa que foi forçada a se mudar de cidade, contra a sua vontade juvenil. Quando seus pais pegam a estrada errada rumo a nova casa, eles acabam se perdendo e se defrontando com uma pequena porta aberta em um imenso muro. Ao atravessá-la encontram campos verdes seguidos de barracas de comidas, aparentemente, vazias.
Porém Chihiro, ao contrário dos pais, prefere não ficar e comer e ao caminhar pelo lugar encontra um jovem que lhe aconselha a voltar pelo caminho de onde veio, apesar desta não levar a preocupação dele muito a sério. Conforme a noite cai as barracas vão ganhando luzes e seres de forma estranha vão criando forma, porém com uma aura de pertencimento ao lugar. Ao encontrar os pais, Chihiro descobre que ambos viraram porcos e que os campos verdes um oceano!
Com a ajuda de Haku, o jovem que a alertou, ela descobre que o lugar rodeia uma casa de banhos pertencente a feiticeira Yubaba e que para sobreviver ali ela terá que firmar um contrato com esta, abrindo mão de seu nome e passando a trabalhar na tal casa.

Entretanto os desenrolares da história mostram que Chihiro é uma jovem única com perspectivas diferentes daquelas das criaturas que habitam o local, colocando-se em uma aventura no qual todos os personagens com os quais interage acabam se aventurando junto.
Os animadores conseguiram tirar do folclore tradicional japonês personagens únicos e críveis - independente de suas aparências exageradas e detalhadas, há uma empatia e entendimento por parte de todos para com o espectador - Chihiro seria um abrir portas para aquele mundo, onde entendemos seus termos através de seus próprios olhos e surpresas, mas acaba ela mesma sendo a mudança no local - tornando o título mais do que perfeito, pois a protagonista não apenas se vê imersa em uma aventura, mas se torna, ela própria, uma aventureira e de repente o mundo no qual ela se viu imersa se torna cenário para suas façanhas.
Embora a protagonista nunca esqueça de seu objetivo principal: resgatar seus pais e retornar ao mundo humano, ela se adapta muito bem no universo ao qual se encontra, mesmo que passando situações em que suas crenças já presentes se imponham - concedendo a história uma ar de rotina e tirando Chihiro a qualidade de "estranha" no local.
Os personagens são , absolutamente, únicos e cativantes não havendo um único impensado ou colocado não propositalmente. Uma histórica rica que poderia ter vindo um livro infanto-juvenil, sem sendo, na verdade, uma adaptação folclórica, mas, acima de tudo, um vencedor do Oscar de melhor animação de forma incontestável.
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