The Good Place: o pior lugar para se estar
- Louise Biolchini
- 21 de set. de 2018
- 2 min de leitura

Ao menos para a Eleanor, é um pouco complicado, mas eu vou explicar! Essa fantástica série da Netflix já tem duas temporadas com a terceira chegando no final de setembro, tudo graças ao sucesso estrondoso e automático que a série teve, através de uma premissa simples com personagens que vão criando graus de complexidade conforme nos familiarizamos com eles, onde todos deveriam estar no "Bom Lugar", mas tudo acaba dando errado..

Já se perguntou o que acontece com você depois que você morre? Bom, esta série tem a resposta: cada atitude sua é contada e armazenada como negativa ou positiva e aqueles com a maior pontuação vão para o "Bom Lugar" - uma espécie de céu sem divindade onde você mora em sua casa idealizada com vizinhos selecionados perfeitamente para que você se dê bem com eles, além de uma alma gêmea com quem ficará por toda a eternidade! Parece ótimo? E é! E não se preocupe com os azarados que acabaram no lugar ruim, afinal, eles fizeram por merecer.
Eleanor Shellstrop é a nova recém chegada no Bom Lugar, ela é recepcionada por Michael, o arquiteto do bairro perfeito aonde ela vai viver e aproveitar sua nova existência, colhendo os frutos de sua vida solidária e honesta na terra, mas... Não é bem assim! Houve um engano, as memórias e os pontos que estão atribuídos a Eleanor não são dela! Que na verdade não era uma pessoa tão boa assim...
Logo ela só poderá contar com sua alma gêmea Chidi Anagonye, um antigo professor de Ética e Filosofia Moral para ajudá-la a "estudar a matéria atrasada" de como ser boa enquanto tenta ao máximo controlar seu comportamento para não ser descoberta.
O que torna a série tão irresistível não é somente a premissa inovadora, mas razoavelmente simples, e sim seus personagens - a identificação com a Eleanor, mesmo que ela não fosse a melhor pessoa do mundo é inegável, com o telespectador rindo e, de certa forma, compreendo os erros e os defeitos dela. E o que dizer do Chidi? Existiria alma gêmea mais perfeita para a nossa protagonista do que um professor universitário em meio de um dilema moral? Mentir é errado, mas vale a pena para não condenar Eleanor a danação eterna?
Não excluindo Tahani, a vizinha aparentemente perfeita que é uma constante comparação para nossa preferida de como deveria ser o ideal para merecer um cantinho no Bom Lugar - nos fazendo pensar o quão bom você tem que ser para poder merecer paz na outra vida, um esforço impossível para muitos que só estão tentando pagar as contas do mês, ou não nasceram ricos ou inteligentes o suficiente para contribuir da mesma forma que os outros habitantes desta utopia perfeita.
Sem mencionar a Janet e o Michael que conseguem nos cativar simplesmente por serem eles mesmos! Mas a série trás uma reflexão por de trás de toda a comédia: o que atribui o caráter de "bom" aos nossos atos? Nossa intenções ou as consequências? - pois se mesmo tentarmos e não conseguirmos não há qualquer pontuação positiva a nossa favor, logo, parece que entrar no Bom Lugar é bem mais complicado do que simplesmente "ser uma pessoa boa".
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