The Dragon Prince: o legado de avatar?

Avatar: A lenda de Aang foi um dos desenhos de maior sucesso da Nickelodeon, alcançando não somente o público jovem, mas o adulto também - com um enredo extremamente bem montado e com uma arte original, ainda não se sabe é ele é realmente um desenho ou se seria anime, o "cartoon" trazia uma única para a época, contando com lutas bem montadas e uma história complexa, ao mesmo tempo que compreensível.

Avatar teve três temporadas, divididas em "livros", e ganhou continuações através de histórias em quadrinhos e uma próxima jornada em "Avatar: a lenda de Korra", estando de fato ainda presente, mas graças a uma nova proposta do criador e roteirista Aaron Ehasz, a serie "The Dragon Prince" ganhou vida - mas, é claro, quando as expectativas são grandes há sempre uma apreensão quanto a qualidade do que poder um sucesso.

Desde o início dos tempos sempre houve seis fontes de magias: O Sol, a Lua, As Estrelas, A Terra, O Céu e o Oceano. Os humanos, os elfos e outras criaturas místicas viviam em harmonia em reino chamado Xadia, mas, infelizmente, uma mago humano criou uma sétima forma de magia: extraindo-a dos seres vivos e esta foi chamada de magia negra.

Horrorizados com tamanha crueldade, os humanos foram banidos para a extremidade do território onde criaram o reino de Katolis e para proteger a fronteira de ambos os reinos, o mais temido dos dragões e seu rei - conhecido por criar raios através de sua voz - fixou-se nesta. Porém os humanos em sua ganância mataram o rei dragão e seu único ovo de moda a iniciar uma guerra inacabada.

Nos tempos atuais o reino dos humanos se vê ameaçado quando um grupo de elfos da lua se infiltram com o proposito de vingança: matar o rei e seu príncipe herdeiro. Porém uma destas, Rayla, acaba por conhecer o pequeno príncipe Ezran e seu meio-irmão mais velho Callum, que lhe revelam que o ovo do príncipe dragão ainda está vivo, possibilitando a esperança de uma paz entre os reinos.

Porém junto da descrença dos restantes do elfos e da influência questionável de Lorde Viren, eles partem em um jornada de retornar o ovo para Xadia e assim tentar terminar com esta guerra.

Digno do roteirista de avatar, há um roteiro muito bem elaborado, uma história verossímil e personagens

cativantes, é fácil de identificar o humor típico do seu antecessor, embora a arte - devido a ser produzida por um estúdio diferente - tende a dar uma sensação desconfortável a principio, porém nada que abale as cenas de ação e ainda permitindo uma ilusão mais realista sobre o conceito estético dos personagens.

Cada um deles, aproposito, é interessante a sua própria maneira e diferente das lendas iniciais que eram contatas ao invés de uma abertura, há mistérios que não são explicados de início, mas que estimulam a criação de teorias com o passar dos episódios.

Assim como em Avatar é a exploração de como a cultura do país "opressor" funciona, isto é, como ele justifica seus atos crués, semelhante a "Nação do Fogo" - aqui o papel é atribuído aos humanos, que parecem ser orgulhosos de demais para admitir se submeter as outras espécies, mesmo tendo construído o reino sob seus erros e criando uma cultura que demoniza os elfos, estimulando um odeio que irá dar continuidade a uma guerra que seus ancestrais começaram. O que é interessante, pois reflete como funciona as crenças em países em guerra.

Há também uma diversidade cultural grande, onde o rei é negro, os elfos - em sua dublagem original - possuem sotaque irlandês e uma capitã de exercito surda.

Particularmente, quem vos escreve, ficou agradavelmente surpresa com a nova animação da Netflix e está ansiosa para as confirmações, ou surpresas, das teorias relacionadas ao enredo da série - que criou uma curiosidade ao telespectador sobre o passado dos personagens e sobre o tão sonhado reino de Xadia, que nunca aparece na primeira temporada - ou primeiro livro - mas é extremamente citado. O quanto é verdade e o quanto os humanos fantasiaram?