Avaliação crítica dos 2 filmes Goosebumps
- Victor Monteiro
- 19 de out. de 2018
- 5 min de leitura

Os filmes “Goosebumps – Monstros e Arrepios” (2015) e “Goosebumps – Halloween Assombrado” (2018) são baseados nas obras do escritor R.L. Stine. Não seguem o estilo da maioria de filmes baseados em livros, pois não são adaptações de histórias já escritas, e sim duas novas histórias que são inspiradas nas criações do autor. Ok! Mas quem é ele e que histórias são essas?
Robert Lawrence Stine, ou simplesmente R.L. Stine, é um famoso escritor americano de livros infantojuvenis de terror e suspense. Escreveu 62 livros só da série Goosebumps e já vendeu mais de 400 milhões de exemplares em todo o mundo. (Sim! + de 400.000.000 de exemplares!!!) Para se ter uma ideia de como o cara é demais, muitas pessoas o consideram como o Stephen King da literatura infantojuvenil.
Stine nasceu em 8 de outubro de 1943, no estado de Ohio. Dentre as séries de livros que escreveu, a mais famosa é Goosebumps. Outra série famosa de livros do autor é a Rua do Medo. Além do nome R.L. Stine, ele também escreveu livros sobre o pseudônimo de Jovial Bob Stine.
Antes dos filmes, a série de livros foi adaptada para a TV em uma série, nos anos 90. Em breve adicionarei a crítica aqui.
Crítica de Goosebumps – Monstros e Arrepios

De um modo geral é um filme fraco, do tipo que você assiste uma vez, se diverte um pouco e depois de um tempo esquece do filme. Tem alguns detalhes interessantes, então não dá pra dizer que é péssimo, até porque os monstros são muito bem feitos.
O filme tem um início um pouco surreal. Um garoto chamado Zach Cooper se muda de cidade junto com a mãe, Gale, e por acaso vai morar ao lado da casa do escritor R.L. Stine. Até aí tudo bem. Então ele conhece a filha do escritor, que começa a dar mole pra ele. Num outro dia, a garota o chama para ir a um parque de diversões secreto (mesmo sem conhecer o garoto direito), no meio de uma floresta, e ele vai! Então eles sobem na roda gigante e os dois meio que se apaixonam. Como assim?! Já?! Bom… amor à primeira vista, talvez. Achei exagerado.
A ideia do filme é interessante. Os livros do autor por algum motivo se tornam mágicos e se abertos liberam os monstros contidos na história. E para capturá-los é necessário reabrir o livro perto do monstro. Assim, o público que já leu as obras de R.L. Stine pode aproveitar a nostalgia e relembrar personagens famosos. Já o público que nunca leu e nem sequer tinha ouvido falar do escritor, tem a chance de conhecer um pouco da sua criatividade para fazer histórias infantis de terror.
Alguns diálogos são criativos, como por exemplo quando o próprio autor fala que ele já vendeu 400 milhões de cópias, mais que Stephen King. Já outros…
A química entre os personagens Zach Cooper (Dylan Minnette) e Hannah (Odeya Rush) é boa, porém um pouco exagerada. Já Champ (Ryan Lee), um amigo de Zach, possui um jeito muito bobo e que diverte pouco. A atuação de Jack Black, como R.L.Stine, é boa, divertida na medida certa.
Uma cena curiosa: o autor R.L. Stine (Jack Black) é amarrado no chão por anões de jardim (vivos) da mesma forma em que Gulliver (Jack Black) é capturado pelos pequeninos cidadãos de Lilliput. Detalhe: o filme “As Viagens de Gulliver” teve Rob Letterman como diretor, o mesmo de “Goosebumps – Monstros e Arrepios”.
Uma outra cena curiosa, porém com um erro na fala de um personagem é quando Slappy, o boneco ventríloquo malvado, está dirigindo um carro em alta velocidade e de repente fala “eu reduziria se eu alcançasse o freio”. Não faz sentido! Se ele alcança o acelerador, então alcança o freio!
Curiosidade final: o escritor, em pessoa, faz uma participação especial no filme, em apenas uma cena. Ele faz o papel do novo professor de teatro na escola e aparece cruzando o corredor com Jack Black. O legal é que Stine (o autor/ator) passa por Black (o ator) e fala: “Oi, senhor Stine!” e Jack Black resposde: “Oi, senhor Black!”. Criativo!
Crítica de Goosebumps – Halloween Assombrado

Que diferença! De um filme para outro é notada uma grande melhora de um modo geral. O segundo longa baseado na série de livros Goosebumps é mais interessante e menos bobo.
É uma sequência? Não. Tanto faz a ordem que você quiser assistir aos filmes. O final do primeiro deixa um gancho para uma possível continuação. Entretanto, não é o que vemos em “Goosebumps – Halloween Assombrado”. Os personagens são diferentes, com exceção de alguns monstros, como o boneco ventríloquo Slappy, que assim como no primeiro longa é o antagonista. E dessa vez o diretor é Ari Sandel, que é um dos diretores da série Shadow Hunters.
Dessa vez a trama é um pouco mais elaborada. Às vésperas do Halloween, os amigos adolescentes Sonny (Jeremy Ray) e Sam (Caleel Harris) encontram um livro em uma casa abandonada. O livro está trancado, mas como eles acham a chave, acabam abrindo o livro e liberando Slappy. O boneco tenta ser amigo dos garotos e fazer parte da família de Sonny, com a irmã Sarah (Madison Iseman) e a mãe (Wendi McLendon-Covey). Porém, com medo, eles tentam se livrar de Slappy e isso o deixa furioso. Assim, da mesma forma que o primeiro filme, ele começa a recrutar monstros das histórias de R.L. Stine para fazer uma família. Só que dessa vez ele está mais forte e consegue “criar” monstros a partir de fantasias e enfeites de Halloween.
A história conta ainda com uma experiência de ciências em que o nerd Sonny está trabalhando: uma maquete da Torre Wardenclyffe. Essa torre, também conhecida como Torre de Tesla, fez parte de um experimento de Nikola Tesla (inventor e cientista croata nas áreas da mecânica e do eletromagnetismo). O experimento consistia na transmissão de energia sem a necessidade de fios condutores. Existem várias histórias sobre essa torre e por isso não vou falar delas aqui para não deixar o texto enorme nem fugir do assunto principal: Goosebumps!
As referências a outras histórias que aparecem nesse segundo longa são inúmeras: Frankenstein, Homem-Aranha, It, Street Fighter, Gummy Bears, entre outras. Isso completa a nostalgia de rever os monstros das histórias de R.L. Stine, famosas nos anos 90.
Com relação ao humor, aos diálogos e a atuação dos atores, esse filme é muito melhor do que o anterior. Para completar a boa atuação do trio adolescente que tenta pegar Slappy, a escolha de Ken Jeong para completar o elenco foi excelente. Ele adiciona humor na medida certa. Já Jack Black pouco aparece, apenas na segunda metade do filme. Uma pena.
Enfim, o filme é bom. Excelente opção de filme para assistir na época do Halloween, tanto para crianças quanto para quem não gosta de filmes de terror e gosta do Dia das Bruxas.
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